Nascida em 7 de fevereiro de 1901, Clementina de Jesus da Silva surgiu como o elo perdido entre a moderna cultura negra brasileira e o continente africano. Nascida na comunidade do Carambita, bairro da periferia de Valença, no sul do Rio de Janeiro, trabalhou como empregada doméstica por mais de 20 anos até ser “descoberta” pelo compositor Hermínio Bello de Carvalho em 1963.
Filha de escravizados, Clementina demonstrava na voz o respeito a sua ancestralidade, e logo foi considerada a “rainha do partido alto”. Além deste gênero gravou corimás, jongos, cantos de trabalho e outros estilos que recuperaram a memória da conexão afro-brasileira. Em 1968, com a produção de Hermínio Bello de Carvalho, registrou o histórico LP ”Gente da Antiga” ao lado de Pixinguinha e João da Baiana.
Conhecida também como Rainha Ginga e Quelé – duas maneiras de trata-la com a imponência do título de realeza e com a corruptela carinhosa de seu nome – Clementina fascinou boa parte dos representantes da Música Popular Brasileira. Artistas como João Bosco, Milton Nascimento e Alceu Valença fizeram questão de registrar sua voz em seus álbuns. Apesar de não registrar grande sucesso em vendagem de discos, a rainha impressionava a todos com suas apresentações nos palcos, onde tinha um contato direto com seu público.
Fonte: Palmares Fundação Cultural
Fonte: Palmares Fundação Cultural
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