Black News Brasil: setembro 2013

terça-feira, 24 de setembro de 2013



Passo a passo da hidratação caseira


Passo a passo da hidratação caseira

- Comece pela lavagem, que deve ser feita com água em uma temperatura de morna para fria;

- Aplique primeiro o xampu, uma quantidade equivalente a duas moedas (de R$1). Espalhe bem o produto na mão e passe uniformemente sobre o cabelo;

- Atenção na forma de lavar: se tiver o couro cabeludo oleoso, esfregue. Para couro cabeludo seco, a dica é massagear o produto para estimular a oleosidade nos fios;

- Enxágue;

- Pegue a máscara de alta nutrição e, para que ela tenha uma ação ainda mais “poderosa”, misture-a em um recipiente com alguns tipos de óleos: argan, macadâmia ou abacate;

- Feita a mistura, aplique sobre o cabelo massageando sempre do meio para as pontas. Aqui vai uma dica especial: antes da aplicação, leve a máscara já misturada ao forno micro-ondas por aproximadamente 10 segundos. Morna, ela vai dilatar as escamas dos fios e penetrar melhor.

- O tempo de ação é de cinco a dez minutos. Depois enxágue;

. Essa hidratação pode ser feita a cada dez dias.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Personalidades Negras – Zumbi dos Palmares


Zumbi dos Palmares nasceu em 1655, no estado de Alagoas. Ícone da resistência negra à escravidão, liderou o Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas no Brasil Colonial. Localizado na região da Serra da Barriga, atualmente integra o município alagoano de União dos Palmares.
Embora tenha nascido livre, Zumbi foi capturado aos sete anos de idade e entregue a um padre católico, do qual recebeu o batismo e foi nomeado Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre nas celebrações de missas. Porém, aos 15 anos, voltou a viver no quilombo, pelo qual lutou até a morte, em 1695.
Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da luta contra a escravidão, lutou também pela liberdade de culto religioso e pela prática da cultura africana no País. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Fonte : Palmares Fundação Cultural

sábado, 21 de setembro de 2013




RACISMO: Como É Ser "  01 em cada 10"

Por Maíra Souza
Em 2010, tive a oportunidade de conhecer Paris. Numa tarde durante a minha primeira semana lá, estava esperando o ônibus no ponto de um bairro nobre da cidade. Um homem se aproximou de mim e começou a puxar assunto. Ele perguntou de qual país eu era, o que fazia em Paris, e como eu havia aprendido francês. Meio seca, disse que estudei o idioma durante alguns anos no Brasil, e que estava em Paris para um intercambio acadêmico na Sciences Po. Ele respondeu: então você não sabe sambar?
Fiquei sem reação. Milhares de respostas passaram pela minha cabeça, milhares MESMO. Porém, optei pelo silêncio acompanhado da cara feia de reprovação. Felizmente, o ônibus chegou e foi o cenário de uma das reflexões mais importantes que tive na vida. Durante os minutos daquela viagem, refleti sobre quem eu era, o que eu significava e o que eu representava, preparando-me para quantas vezes mais teria que ouvir aquela pergunta durante o intercâmbio.  Quantas mulheres do mesmo porte físico que eu estavam vivendo em situações completamente opostas – e não por serem brasileiras, mas por serem negras?
Sim, eu sei sambar, assim como sei ler, escrever e pensar. Igualmente sei da responsabilidade que, ainda inconsciente, carrego: a responsabilidade de ser uma exceção. Sou aquele “01 a cada 10″ das melhores escolas, das melhores universidades, dos cursos de idiomas. Sou o “01 em cada 10″ dos hospitais particulares. Sou o “01 em cada 10″ do público consumidor de acima de 3 salários mínimos. Sou o “01 em cada 10″ que nunca foi abordado pela polícia.
Do berçário até o fim da faculdade, eu era uma das poucas – ou se não a única- negra da sala de aula. Os meus amigos, em sua grande maioria, são brancos, afinal, compartilhamos da mesma realidade socioeconômica, frequentamos os mesmos lugares e temos os mesmos acessos ao lazer e a cultura. A minha realidade é uma exceção porque a cor da minha pele nunca me impediu de nada, assim como tenho nenhuma recordação de ter sofrido racismo. Simplesmente porque o dinheiro nos torna transparentes.
A diferença era mais berrante quando eu era criança. Cheguei a pensar diversas vezes que as minhas amigas eram mais bonitas do que eu, e que, consequentemente, atraiam mais a atenção dos garotos que eu gostava. Ué, não era a Barbie quem conquistava o Ken?! Eram as protagonistas brancas das novelas que tinham o seu final feliz com o mocinho.  Ou seja, eu queria o cabelo das minhas bonecas, e sonhava com um Ken pra chamar de meu no final feliz da minha própria história. Mas a moça negra dos filmes e das novelas era das duas, uma: ou a empregada, ou a pobre.
Conforme fui crescendo, deixei tudo isso pra lá e percebi que a beleza se dá de inúmeras formas. O que passou a incomodar mesmo eram outras coisas como, por exemplo, a pejoratividade implícita no termo “neguinha”-  ao contrário de “branquinha”, que não tem uma conotação negativa. Da mesma forma , os homens que me “”"”"”"”"elogiam”"”"”"”"” ” na rua se referem a mim como morena, demonstrando o eufemismo existente nas palavras morena/moreninha/morena de pele,  numa tentativa de não “ofender” o afrodescendente.
Não, não ofende. O que ofende é uma sociedade que insiste em ignorar a herança histórica do Brasil escravocrata. O que ofende mesmo é esquecer que a Lei Áurea não trouxe a liberdade em seu sentido pleno, pois os ancestrais de grande parcela da população negra continuaram sem receber nada pela sua força de trabalho, restando-lhes as beiradas da sociedade como moradia. Seus filhos, seus netos, seus bisnetos  e seus tataranetos continuam ali, às margens: nas periferias, nos subempregos, nas favelas, nos orfanatos, nas prisões.
Gostaria de deixar claro que estou me referindo a uma maioria comprovada por estatísticas e por análises a olho nu, e não generalizando a imagem que todo negro é pobre e de que todo pobre é bandido. Mas sim, reafirmando que a cor da pele ainda faz com que o buraco seja sempre mais embaixo.
Se, hoje, eu me considero uma exceção, é porque meus pais foram uma exceção, porque meus avós foram uma exceção, porque meus bisavós foram uma exceção. Minha família se construiu no “01 a cada 10″. Mas meus tataravós não. Eles foram reféns de sua própria condição de existência, tiveram sua cidadania, cultura e religião reduzidas. Em 1800 e pouco, não havia a opção de traçar o próprio caminho, não existia auxilio do governo, não existia cotas.
Quanto a mim, continuarei sendo uma exceção até as minhas próximas gerações não o serem; até a maior parte da população carcerária não ter o mesmo tom de pele que o meu; até os hospitais, escolas particulares, universidades, shoppings Iguatemis, e tantos outros espaços privados da elite brasileira estiverem tão definidos por um só tom.  E se eu e a minha família somos exceções, é porque a regra existe. E a regra está muito clara na nossa sociedade, basta perguntar para a família dos milhares de Amarildos.


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sonhe !


Um dia uma criança chegou diante de um pensador e perguntou-lhe: "Que tamanho tem o universo?". Acariciando a cabeça da criança, ele olhou para o infinito e respondeu: "O universo tem o tamanho do seu mundo". Perturbada, ela novamente indagou: "Que tamanho tem meu mundo?". O pensador respondeu: "Tem o tamanho dos seus sonhos".

Se seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil. Os sonhos regam a existência com sentido. Se seus sonhos são frágeis, sua comida não terá sabor, suas primaveras não terão flores, suas manhãs não terão orvalho, sua emoção não terá romances. A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis, faz dos idosos, jovens, e a ausência deles transforma milionários em mendigos faz dos jovens idosos. Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua história, fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades.


Sonhe!
                                             Augusto Cury

Personalidades Negras – Clementina de Jesus

Nascida em 7 de fevereiro de 1901, Clementina de Jesus da Silva surgiu como o elo perdido entre a moderna cultura negra brasileira e o continente africano. Nascida na comunidade do Carambita, bairro da periferia de Valença, no sul do Rio de Janeiro, trabalhou como empregada doméstica por mais de 20 anos até ser “descoberta” pelo compositor Hermínio Bello de Carvalho em 1963.
Filha de escravizados, Clementina demonstrava na voz o respeito a sua ancestralidade, e logo foi considerada a “rainha do partido alto”. Além deste gênero gravou corimás, jongos, cantos de trabalho e outros estilos que recuperaram a memória da conexão afro-brasileira. Em 1968, com a produção de Hermínio Bello de Carvalho, registrou o histórico LP ”Gente da Antiga” ao lado de Pixinguinha e João da Baiana.
Conhecida também como Rainha Ginga e Quelé – duas maneiras de trata-la com a imponência do título de realeza e com a corruptela carinhosa de seu nome – Clementina fascinou boa parte dos representantes da Música Popular Brasileira. Artistas como João Bosco, Milton Nascimento e Alceu Valença fizeram questão de registrar sua voz em seus álbuns. Apesar de não registrar grande sucesso em vendagem de discos, a rainha impressionava a todos com suas apresentações nos palcos, onde tinha um contato direto com seu público.

Fonte: Palmares Fundação Cultural


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Só se fala dele! Mitchell Brunings: o ‘Bob Marley holandês’ que conquistou o mundo virtual.



Mitchell
É difícil não se emocionar quando as primeiras notas de "Redemption song" começam e se escuta a voz de Mitchell Brunings durante uma apresentação na versão holandesa do programa "The voice". Não por acaso, o jovem, que virou celebridade na internet com sua audição no show de calouros, no dia 30 de agosto – foram mais de 2 milhões de views em três dias -, está sendo chamado de reencarnação de Bob Marley, título que faz ele se encher de orgulho, claro.
- Desde que comecei a cantar músicas de Bob Marley, no começo da minha adolescência, ouço a comparação. E ele tem sido uma inspiração na minha música e na minha vida. É um orgulho ser comparado a alguém, acima de tudo, tão humilde. Mas sou apenas um cara chamado Mitchell Brunings, que ama o homem e sua música e tenta fazer justiça a ele dando tudo de si – conta, em entrevista ao jornal O GLOBO.
Mitchell começou a cantar aos nove anos, inspirado pelo pai, em Nieuwegein, na Holanda, onde nasceu. Primeiro descobriu o soul, o jazz e o country, mas também muita salsa, merengue e kaseko – música típica do Suriname, onde sua família nasceu. A estreia nos palcos foi aos 15 anos, com os primos, numa espécie de boy band de rhythm and blues. Mas a semelhança com o Rei do Reggae o levou à banda Rootsriders, famosa na Europa, África e Caribe por shows de tributo a Bob Marley. A turnê deste ano pela Holanda vai homenagear a estreia internacional do revolucionário álbum de The Wailers "Catch a Fire", 40 anos depois do lançamento.
- Os shows têm feito muito sucesso ao longo desses sete anos, mas não me considero um cantor de reggae, porque gosto de diferentes estilos, como soul, gospel, rock e até um pouco de country. Canto qualquer tipo de música, desde que seja boa – conta o cantor, que se nega a dizer a idade.
O primeiro álbum dos Rootsriders, de 2006, coincidentemente, se chama "Songs of Redemption". Foram mais de 500 apresentações fora da Holanda, em países como a África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Estados Unidos, Turquia, Alemanha, Bélgica e Caribe. A Jamaica não. Ainda.
- Claro que conhecer a Jamaica seria um sonho, experimentar aquela ilha e aquele povo. Na verdade, o que mais me surpreende e me deixa orgulhoso é a reação que recebo dos jamaicanos. Devo ter feito alguma coisa certa se seu próprio povo me admira. A música dele significa muito no mundo inteiro, mas lá Bob é o rei.
No "The voice", as expectativas já foram superadas – "nunca sonhei em chegar tão longe e ser amado por tantas pessoas no Brasil, por exemplo" -, e ele sabe que as próximas fases serão difíceis. Mas o que quer que aconteça no programa não irá superar o que ele já conquistou até agora.

Fonte: Revista Afro